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Castelo
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olhar
Como é por dentro outra pessoa
Quem é que o saberá sonhar?
A alma de outrem é outro universo
Com que não há comunicação possível,
Com que não há verdadeiro entendimento.
Nada sabemos da alma
Senão da nossa;
As dos outros são olhares,
São gestos, são palavras,
Com a suposição de qualquer semelhança
No fundo.
Quem é que o saberá sonhar?
A alma de outrem é outro universo
Com que não há comunicação possível,
Com que não há verdadeiro entendimento.
Nada sabemos da alma
Senão da nossa;
As dos outros são olhares,
São gestos, são palavras,
Com a suposição de qualquer semelhança
No fundo.
Fernando Pessoa
Rio Frio!
Bruma
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Tenho em mim como uma bruma
Que nada é nem contém
A saudade de coisa nenhuma,
O desejo de qualquer bem.
Sou envolvido por ela
Como por um nevoeiro
E vejo luzir a última estrela
Por cima da ponta do meu cinzeiro.
Fumei a vida.
Que incerto
Tudo quanto vi ou li!
E todo o mundo é um grande livro aberto
Que em ignorada língua me sorri.
Que nada é nem contém
A saudade de coisa nenhuma,
O desejo de qualquer bem.
Sou envolvido por ela
Como por um nevoeiro
E vejo luzir a última estrela
Por cima da ponta do meu cinzeiro.
Fumei a vida.
Que incerto
Tudo quanto vi ou li!
E todo o mundo é um grande livro aberto
Que em ignorada língua me sorri.
Fernando Pessoa
Fabula Urbis
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Camartelo!
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É a única possível, para impedir a destruição de mais manchas de floresta e de solos agrícolas, convertidos em bairros de lata. O sonho da "datcha", é um pesadelo para o ordenamento do território. Converte a paisagem num amontoado "kitsch" de barracas, de todas as formas e cores, que, com os materiais mais inesperados, transformam e transtornam a paisagem.
Hoje, em terras de Poceirão, a Câmara de Palmela venceu mais uma pequena batalha pelo ordenamento, mas, o rumo desta guerra continua inclinado em sentido contrário e mais medidas têm de ser tomadas, para recuperar o tempo perdido. Ficamos à espera.
2 anos de bloguite
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Viva a Primavera!
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por tràs dos muros da
cidadeno seu coração profundo de alicercesde argilas e
de sísmicos arroios - cresce uma vozque sobe e
fende a brandura das casas da escrita dos
enumeráveis povos quasenada resta - deitas-te exausto na
lâmina da luasem saberes que o tejo te corrói e te
suprimede todas as idades da europamais além -
para os lados do corpo - permanecea tosse dos
cacilheiros os olhos reviradosdos mendigos - o tecto onde
um navionos separa de um vácuo alimentado a
soroplátanos brancos recortam-se luminescentes no olharde
quem nos olha contra um céu desesperado - jardimde
iris açucenas palmeiras cobertas de rocio ea ponte
que nos leva aos campos do sul - lisboa
lugar derradeiro do risoque já não te pode salvar
do cemitério dos prazeres e
morrescarregado de tristezas e de mistérios -
morresalguressentado numa praceta de bairro - o olhar fixono
inferno marítimo das aves
Al Berto
Amor!
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Lapso!
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O recital de poesia e piano é que está reservado para as 21h30.
Vistam a pele de turistas, apanhem o eléctrico e vão até lá.
Fabula-Urbis
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Inaugura às 21h30 com um Recital de Poesia por Teresa Lima, acompanhada pelo piano de Rui Pinheiro e com uma exposição fotográfica deste vosso amigo, como ambiente.
O espaço é pequeno e acolhedor, mas são todos bem vindos.
Não faltem!
Chapas Instantâneas!
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Março é o mês em que podem apreciar uma pequena exposição de fotografias do Chapa, vai estar na Galeria da Biblioteca Municipal de Palmela entre 6 e 18 de Março e no Foyer do Auditório Municipal de Pinhal Novo, de 20 de Março a 1 de Abril.
Chama-se "Chapas Instantâneas" e está integrada na programação do mês da Juventude.
Não faltem!
Curiosidades Estéticas
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importante na vida
É ser-se criador – criar beleza.
Para isso,
É necessário pressenti-la
Aonde os nossos olhos não a virem.
Eu creio que sonhar o impossível
É como que ouvir uma voz de alguma coisa
Que pede existência e que nos chama de longe.
Sim, o mais importante na vida
É ser-se criador.
E para o impossível
Só devemos caminhar de olhos fechados
Como a fé e como o amor.
António Botto |
Estigma
Filhos dum deus selvagem e secreto
E cobertos de lama, caminhamos
Por cidades,
Por nuvens
E desertos.
Ao vento semeamos o que os homens não querem.
Ao vento arremessamos as verdades que doem
E as palavras que ferem.
Da noite que nos gera, e nós amamos,
Só os astros trazemos.
A treva ficou onde
Todos guardamos a certeza oculta
Do que nós não dizemos,
Mas que somos.
Ary dos Santos
O Heautontimoroumenos
Como o açougueiro abate a rês,
Como Moisés à rocha fez!
De tuas pálpebras farei,
Para meu Saara inundar,
Correr as águas do tormento.
O meu desejo ébrio de alento
Sobre o teu pranto irá flutuar
Como um navio no mar alto,
E em meu saciado coração
Os teus soluços ressoarão
Como um tambor que toca o assalto!
Não sou acaso um falso acorde
Nessa divina sinfonia,
Graças à voraz Ironia
Que me sacode e que me morde?
Em minha voz ela é quem grita!
E anda em meu sangue envenenado!
Eu sou o espelho amaldiçoado
Onde a megera se olha aflita.
Eu sou a faca e o talho atroz!
Eu sou o rosto e a bofetada!
Eu sou a roda e a mão crispada,
Eu sou a vítima e o algoz!
Sou um vampiro a me esvair
- Um desses tais abandonados
Ao riso eterno condenados,
E que não podem mais sorrir.
Baudelaire
Como Moisés à rocha fez!
De tuas pálpebras farei,
Para meu Saara inundar,
Correr as águas do tormento.
O meu desejo ébrio de alento
Sobre o teu pranto irá flutuar
Como um navio no mar alto,
E em meu saciado coração
Os teus soluços ressoarão
Como um tambor que toca o assalto!
Não sou acaso um falso acorde
Nessa divina sinfonia,
Graças à voraz Ironia
Que me sacode e que me morde?
Em minha voz ela é quem grita!
E anda em meu sangue envenenado!
Eu sou o espelho amaldiçoado
Onde a megera se olha aflita.
Eu sou a faca e o talho atroz!
Eu sou o rosto e a bofetada!
Eu sou a roda e a mão crispada,
Eu sou a vítima e o algoz!
Sou um vampiro a me esvair
- Um desses tais abandonados
Ao riso eterno condenados,
E que não podem mais sorrir.
Baudelaire
Série com amigos
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Olá Malta
Juro que não estive internado, não fui de férias, nem tão pouco estive preso.
Apenas perdi a cabeça e comecei a ir todos os dias para Lisboa, armado em estudante de Mestrado. Com esta nova empreitada, passou a ser mais difícil alimentar esta doença. Não prometo nada, mas vou tentar passar por cá de vez em quando. Até já.
Apenas perdi a cabeça e comecei a ir todos os dias para Lisboa, armado em estudante de Mestrado. Com esta nova empreitada, passou a ser mais difícil alimentar esta doença. Não prometo nada, mas vou tentar passar por cá de vez em quando. Até já.
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