Ultimamente tem sido difícil manter a bloguite activa. Como se lamenta o meu amigo Curto, mudei de ocupação e deixei as imagens para outro plano, ainda mal definido. Veremos se nesta nova fase da minha vida, as imagens ganham uma importância maior, ou se teimam em se ir esbatendo ao sabor do tempo que passa, de forma incontrolável.
olhar
Como é por dentro outra pessoa
Quem é que o saberá sonhar?
A alma de outrem é outro universo
Com que não há comunicação possível,
Com que não há verdadeiro entendimento.
Nada sabemos da alma
Senão da nossa;
As dos outros são olhares,
São gestos, são palavras,
Com a suposição de qualquer semelhança
No fundo.
Quem é que o saberá sonhar?
A alma de outrem é outro universo
Com que não há comunicação possível,
Com que não há verdadeiro entendimento.
Nada sabemos da alma
Senão da nossa;
As dos outros são olhares,
São gestos, são palavras,
Com a suposição de qualquer semelhança
No fundo.
Fernando Pessoa
Rio Frio!
Bruma
Tenho em mim como uma bruma
Que nada é nem contém
A saudade de coisa nenhuma,
O desejo de qualquer bem.
Sou envolvido por ela
Como por um nevoeiro
E vejo luzir a última estrela
Por cima da ponta do meu cinzeiro.
Fumei a vida.
Que incerto
Tudo quanto vi ou li!
E todo o mundo é um grande livro aberto
Que em ignorada língua me sorri.
Que nada é nem contém
A saudade de coisa nenhuma,
O desejo de qualquer bem.
Sou envolvido por ela
Como por um nevoeiro
E vejo luzir a última estrela
Por cima da ponta do meu cinzeiro.
Fumei a vida.
Que incerto
Tudo quanto vi ou li!
E todo o mundo é um grande livro aberto
Que em ignorada língua me sorri.
Fernando Pessoa
Fabula Urbis
Quem ainda não foi à Fabula Urbis para ver a minha exposição, pode fazê-lo até dia 30, depois.............adeus ou aproveite para comprar uns postalinhos.
Camartelo!
Parece uma medida agressiva, violadora da liberdade individual.
É a única possível, para impedir a destruição de mais manchas de floresta e de solos agrícolas, convertidos em bairros de lata. O sonho da "datcha", é um pesadelo para o ordenamento do território. Converte a paisagem num amontoado "kitsch" de barracas, de todas as formas e cores, que, com os materiais mais inesperados, transformam e transtornam a paisagem.
Hoje, em terras de Poceirão, a Câmara de Palmela venceu mais uma pequena batalha pelo ordenamento, mas, o rumo desta guerra continua inclinado em sentido contrário e mais medidas têm de ser tomadas, para recuperar o tempo perdido. Ficamos à espera.
É a única possível, para impedir a destruição de mais manchas de floresta e de solos agrícolas, convertidos em bairros de lata. O sonho da "datcha", é um pesadelo para o ordenamento do território. Converte a paisagem num amontoado "kitsch" de barracas, de todas as formas e cores, que, com os materiais mais inesperados, transformam e transtornam a paisagem.
Hoje, em terras de Poceirão, a Câmara de Palmela venceu mais uma pequena batalha pelo ordenamento, mas, o rumo desta guerra continua inclinado em sentido contrário e mais medidas têm de ser tomadas, para recuperar o tempo perdido. Ficamos à espera.
2 anos de bloguite
Como muito bem observou o amigo K7 pirata, o bloguite comemorou ontem o seu 2º aniversário. Deixo aqui um aspecto dos festejos e a promessa de continuar. Obrigado a todos os visitantes, em especial ao atento K7pirata.
Viva a Primavera!
Lisboa
por tràs dos muros da
por tràs dos muros da
cidadeno seu coração profundo de alicercesde argilas e
de sísmicos arroios - cresce uma vozque sobe e
fende a brandura das casas da escrita dos
enumeráveis povos quasenada resta - deitas-te exausto na
lâmina da luasem saberes que o tejo te corrói e te
suprimede todas as idades da europamais além -
para os lados do corpo - permanecea tosse dos
cacilheiros os olhos reviradosdos mendigos - o tecto onde
um navionos separa de um vácuo alimentado a
soroplátanos brancos recortam-se luminescentes no olharde
quem nos olha contra um céu desesperado - jardimde
iris açucenas palmeiras cobertas de rocio ea ponte
que nos leva aos campos do sul - lisboa
lugar derradeiro do risoque já não te pode salvar
do cemitério dos prazeres e
morrescarregado de tristezas e de mistérios -
morresalguressentado numa praceta de bairro - o olhar fixono
inferno marítimo das aves
Al Berto
Amor!
Para aqueles que estão mais longe de Lisboa, vou deixando por cá algumas das fotos que devem ser vistas na Fabula Urbis.
Lapso!
Afinal enganei-me, a Fabula-Urbis mais a respectiva exposição, inauguram às 19h00.
O recital de poesia e piano é que está reservado para as 21h30.
Vistam a pele de turistas, apanhem o eléctrico e vão até lá.
O recital de poesia e piano é que está reservado para as 21h30.
Vistam a pele de turistas, apanhem o eléctrico e vão até lá.
Fabula-Urbis
Abre no dia 21 de Março na Rua de Augusto Rosa, 27 junto à Sé, uma nova livraria. Chama-se Fabula-Urbis e, mais do que uma livraria é um projecto de dinamização cultural.
Inaugura às 21h30 com um Recital de Poesia por Teresa Lima, acompanhada pelo piano de Rui Pinheiro e com uma exposição fotográfica deste vosso amigo, como ambiente.
O espaço é pequeno e acolhedor, mas são todos bem vindos.
Não faltem!
Inaugura às 21h30 com um Recital de Poesia por Teresa Lima, acompanhada pelo piano de Rui Pinheiro e com uma exposição fotográfica deste vosso amigo, como ambiente.
O espaço é pequeno e acolhedor, mas são todos bem vindos.
Não faltem!
Chapas Instantâneas!
Março é o mês em que podem apreciar uma pequena exposição de fotografias do Chapa, vai estar na Galeria da Biblioteca Municipal de Palmela entre 6 e 18 de Março e no Foyer do Auditório Municipal de Pinhal Novo, de 20 de Março a 1 de Abril.
Chama-se "Chapas Instantâneas" e está integrada na programação do mês da Juventude.
Não faltem!
Curiosidades Estéticas
importante na vida
É ser-se criador – criar beleza.
Para isso,
É necessário pressenti-la
Aonde os nossos olhos não a virem.
Eu creio que sonhar o impossível
É como que ouvir uma voz de alguma coisa
Que pede existência e que nos chama de longe.
Sim, o mais importante na vida
É ser-se criador.
E para o impossível
Só devemos caminhar de olhos fechados
Como a fé e como o amor.
António Botto |
Estigma
Filhos dum deus selvagem e secreto
E cobertos de lama, caminhamos
Por cidades,
Por nuvens
E desertos.
Ao vento semeamos o que os homens não querem.
Ao vento arremessamos as verdades que doem
E as palavras que ferem.
Da noite que nos gera, e nós amamos,
Só os astros trazemos.
A treva ficou onde
Todos guardamos a certeza oculta
Do que nós não dizemos,
Mas que somos.
Ary dos Santos
O Heautontimoroumenos
Como o açougueiro abate a rês,
Como Moisés à rocha fez!
De tuas pálpebras farei,
Para meu Saara inundar,
Correr as águas do tormento.
O meu desejo ébrio de alento
Sobre o teu pranto irá flutuar
Como um navio no mar alto,
E em meu saciado coração
Os teus soluços ressoarão
Como um tambor que toca o assalto!
Não sou acaso um falso acorde
Nessa divina sinfonia,
Graças à voraz Ironia
Que me sacode e que me morde?
Em minha voz ela é quem grita!
E anda em meu sangue envenenado!
Eu sou o espelho amaldiçoado
Onde a megera se olha aflita.
Eu sou a faca e o talho atroz!
Eu sou o rosto e a bofetada!
Eu sou a roda e a mão crispada,
Eu sou a vítima e o algoz!
Sou um vampiro a me esvair
- Um desses tais abandonados
Ao riso eterno condenados,
E que não podem mais sorrir.
Baudelaire
Como Moisés à rocha fez!
De tuas pálpebras farei,
Para meu Saara inundar,
Correr as águas do tormento.
O meu desejo ébrio de alento
Sobre o teu pranto irá flutuar
Como um navio no mar alto,
E em meu saciado coração
Os teus soluços ressoarão
Como um tambor que toca o assalto!
Não sou acaso um falso acorde
Nessa divina sinfonia,
Graças à voraz Ironia
Que me sacode e que me morde?
Em minha voz ela é quem grita!
E anda em meu sangue envenenado!
Eu sou o espelho amaldiçoado
Onde a megera se olha aflita.
Eu sou a faca e o talho atroz!
Eu sou o rosto e a bofetada!
Eu sou a roda e a mão crispada,
Eu sou a vítima e o algoz!
Sou um vampiro a me esvair
- Um desses tais abandonados
Ao riso eterno condenados,
E que não podem mais sorrir.
Baudelaire
Série com amigos
Hoje foi dia de saudosismo, não só me lembrei do bloguite, mas também fiquei com saudades dos amigos e dos tempos de não fazer nada. Deve ser da pressão atmosférica, ou dos trabalhos de fim de semestre. Assim sendo, vou deixar algumas fotos de amigos, apenas isso, amigos. Começo por mim e os amigos vão aparecendo a seguir.
Olá Malta
Juro que não estive internado, não fui de férias, nem tão pouco estive preso.
Apenas perdi a cabeça e comecei a ir todos os dias para Lisboa, armado em estudante de Mestrado. Com esta nova empreitada, passou a ser mais difícil alimentar esta doença. Não prometo nada, mas vou tentar passar por cá de vez em quando. Até já.
Apenas perdi a cabeça e comecei a ir todos os dias para Lisboa, armado em estudante de Mestrado. Com esta nova empreitada, passou a ser mais difícil alimentar esta doença. Não prometo nada, mas vou tentar passar por cá de vez em quando. Até já.
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