Incógnitos
Passam apressados, absortos nos seus pensamentos.
Porque pensam tanto?
Ou será que nem pensam?
Se pensassem reparavam que existo.
Davam-me alguma coisa,
ou talvez não!
Se calhar os seus pensamentos são acerca de mim,
ou não.
Acho que não pensam, desviam o olhar para não me verem, para não terem de pensar em mim.
No que pensam,
se pensam? Nas vidas, nas merdas das vidas, nas vidas de merda! No empregozito que lhes consome a vida e não lhes deixa nada.
Porque será que passam apressados, para onde correm?
E nem uma moedinha, só aquela miúda gira, reparou que eu estava aqui, ou porque estou aqui. Os outros olham para mim com um olhar distante, como se olhassem o vazio dos seus pensamentos.
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